quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Região Serrana: Apoio

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Estive recentemente em Petrópoilis após enchente que devastou grande parte da região serrana do Rio de janeiro e fez Friburgo desaparecer, uma cidade que praticamente acabou. Não que a imprensa não seja de sumária importância para a a informação e também divulgação das muitas formas de ajudar às pessoas numa situação como essa. Mas ver na Tv nos Jornais , ouvir nas rádios nunca será a mesma coisa do que ver de perto e pessoalmente uma cidade que tenha passado por um fenômeno natural e devastador como foi o ocorrido. Eu não estava lá enquanto acontecia, mas pude ver o resultado do que aconteceu. Eu como talvez milhares de pessoas nessa cidade “maravilhosa” muitas vezes vimos situações parecidas (Morro do Bumba por exemplo e mais recentemente falando) nos comovemos, choramos e até mesmo oramos mas o que fizemos de fato pra mudar a sorte dessas pessoas? A vida nos faz rapidamente voltar ao foco dos nosso umbigos, problemas , sonhos e realizações pessoais. Dessa vez não, dessa vez eu quis de fato fazer algo além de chorar de fiamso somente penalizada com tanta desventura alheia. Mas alheia como? Pensei... São meus semelhantes, não atinge só a eles. Se eu tive uma boa educação, se meus pais, minha avó e até mesmo professores me ensinaram a ser uma boa pessoa, conviver bem com o outro, com os animais, fazer bons amigos e eu mesma no decorrer da minha jornada tenha aprendido que não devemos fazer a ninguém aquilo que eu não queria que me fizessem e que diante de Deus somos todos iguais independente e incondicionalmente de qualquer coisa, então o alheio não existe. Todos somos parte de um e um é parte de todos. Mas dessa vez algo me impluslsionou e eu não podia ficar em casa vendo a Tv comovida apenas e fui sincera comigo mesma e com a minha querida amiga e atriz Sonia Braga grande ativista nas causas huamanas. Fiz minha contribuição (singela, tímida mas sincera) bancária em favor do pessoal vitima das enchentes da região serrana do Rj, e no FaceBook disse à ela que queria ajudar mais , mas não sabia o que fazer exatamente. Ela me disse que ajudar não é tão difícil quanto possa parecer e que toda e qualquer iniciativa em relação a isso é valida, me deu uns toques e finalmente me colocou em contato com a Erika castro que me levou ao voluntariado da associação de moradores do condomínio RIO 2 na Barra. Eu tinha ( e ainda tenho) uma ferramenta muito tímida e recente que é a VDG TV uma TV comunitária onde tenho uma programa de entrevistas chamado BABADO TV. Se é comunitária e o alheio nesses casos não existe então eu podia muito bem romper os limites do VIDIGAL e mostra a grande comunidade que é a humanidade e com a cara e a coragem, sem muito saber no que ia dar pois não conhecia ninguém desse voluntariado e temendo minha própria emoção de ver de perto a devastação lá fui eu... Nem dormi essa noite pela excitação e prazer de pela primeira vez estar presente nessa ajuda ao meu semelhante. Era minha estréia, dessa vez não na arte do teatro , mas, na arte da vida. Cheguei ao Shopping Rio 2 com uma câmera na mão e um grande amor no coração. Fui bem recebida e isso já me fez sentir mais à vontade com a nova situação. Já comecei a ajudar e selar caixas de doações e pedir um “cinegrafista” voluntário pos o pessoal da VDG Tv estavam ocupados com compromissos préviamente assumidos. Mas como sou meio independente ou pelo menso metida a isso arranjei uma câmera e fui à luta. Erika Castro fez as primeiras tomadas e cara tive o depoimento de uma voluntária (Angélica) falando sobre uma menininha de 3 anos de idade que doou sua boneca da Mônica (Mauricio de Souza) novinha, ganha do papai Noel neste natal de 2010. Ela alegou que uma criança precisava e no seu pensamento de criança exercia precocemente seu senso de solidariedade. Em seguida mostramos a foto de outra menininha feliz com uma boneca nas mãos, pois tinha perdido tudo na enchente. Mais uma vez dois destinos, duas meninas que não eram alheias, eram uma só no seu sentimento de felicidade. Depois de mostrado os 4 caminhões de 40 toneladas de doação fora as 10 toneladas da semana que havia passado,entramos nos 2 ônibus cedidos pela empresa Útil e partimos para Petrópolis. No caminho perto de onde iríamos já podíamos ver muito dos efeitos da devastação da enchente. Chegamos e enquanto ônibus e caminhões se instalavam para não atrapalhar o trânsito local eu rapidamente arranjei meu “cinegrafista voluntário” o Hercídio de Paula Silveira Neto e seguimo suam rua inteira mostrando o resultado daquela tragédia, era muita lama, muitos móveis e eletrodomésticos pelas ruas sem mais utilidade alguma, lixo. Muitos moradores ainda limpavam suas casas, tirando a lama da enchente que invadiu suas casas numa altura de mais de 2 metros. E a cada um que eu conversava eu podia de fato acreditar que tudo aquilo acontecera, a rua que eu andava tinha virado um rio, um mar, onde as pessoas passavam de barco, bóia e ate nadando para se salvarem, os muros mais altos da rua mostrava uma marca de 3 metros das águas que passaram levando tudo com sua força natural. Conversei com Seu Flávio, Manoel, Mathues, outro seu Flavio , dona Alicéia Tardelli, dona Arminda entre outros que perderam se não tudo, quase tudo, desde seu sustento (mercados, bares e lanchonetes) até seu móveis e eletrodomésticos e por fim alguns, a própria casa que foi lieralmente levada pelas águas. Mas uma coisa me impressionou apesar da catástrofe, todos que ali estavam na luta do recomeço pararam momentãneamente e me deram uma atenção especial, me falaram sobre o corrido e como havia sido aqueles momentos difíceis. Havia em suas fisionomias traços de uma tristeza que só quem passou por isso pode ter mas ao mesmo tempo a fibra de bravos esperançosos que tem que reconstruir tudo de novo e vão, porque coragem não lhes falta isso eu pude perceber. Muitos agradecem a ação dos voluntários e pude sentir que isso amenizou seu sofrimento , não se sentiam sozinhos, havia à sua volta o amor do seu semelhante. Saí dali desejando a todos muita sorte no recomeço e muita fé nos dias que virão e serão melhores. Na igreja participei do trabalho das formiguinhas as doações passando de mão em mão terão um destino útil e certo, levar alento e a chance de sobreviver até que esses dias melhores venham e possam trazer a reconstrução não só das cidades e bairros, mas também da paz e da segurança perdidas ante esse fenômeno que maltrata, destrói e também alerta que precisamos amar mais uns aos outros e o nosso planeta, que a fúria da natureza atinge a qualquer um , rico ou pobre e mais uma vez não somos alheios somos um. Um abrigo de animais foi descoberto e foi também ajudado pelo nosso voluntariado. A volta para casa foi tranqüila e feliz. Fui forte, levei esperança, voltei esperançosa e conversando com meus amigos sobre o que eu havia vivido, me senti não um ser humano melhor nem diferente, mas útil. E chorei... mas não era mais um choro acomodado era um misto de descoberta ainda maior de que somos mesmo todos iguais diante de Deus e de um dever parcialmente cumprido, porque esse dever é contínuo, tem que ser contínuo, temos que quebrar regras e avançar em prol do alheio que na verdade somos nós

por Chris MeninaBoa.com